As vítimas do Covid-19 nem todas estão hospitalizadas, doentes fisicamente.
As vítimas do Covid-19 nem todas estão hospitalizadas, doentes fisicamente.
É o sonho de toda garota em vias de transformar-se em mulher: dormir junto com o seu Romeu. Talvez ela nem tenha encontrado o príncipe ainda,mas já sonha em dividir lençóis com ele. Um homem seu a noite inteira, os dois protegidos por quatro paredes. Nada daquela pressa de motel, daquele cenário impessoal, daquele castigo de ter que sair de madrugada para voltar para a casa dos pais. Nada de barraca de camping, aquele desconforto, aqueles insetos todos que não foram convidados. Nada de cochilos na rede, de romance dentro do carro, de rapidinhas no meio do mato. Isto faz parte do anedotário da adolescência, quando estamos a ponto de bala e tudo vale. Bom mesmo é dormir juntos numa aconchegante cama de casal, com direito a oito horas de sono e intimidade. Case e verá. Dividir o mesmo colchão tem vantagens, evidente, e não apenas aquelas que você está pensando. É ótimo enfiar os pés no meio das pernas do outro, principalmente quando está fazendo 2 graus lá fora. É ótimo quando ele levanta para tomar água e traz um copo pra você também. É ótimo ter alguém para pedir que investigue que barulho estranho foi aquele na sala. É ótimo ter alguém para abraçar sem segundas intenções, sem erotismo, só pelo carinho, só pelo calor. Pena que não seja sempre assim.
-------------------------
Martha Medeiros
Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um óptimo carácter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha: Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha. Pequenininha. Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos actrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal. Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância. PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjectivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As "inhas" não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas.
---------------
24/8/97
Martha Medeiros
Vende-se um coração quase novo
Um coração idealista
Um coração como poucos
Um coração à moda antiga
Um coração moleque que insiste em pregar peças ao seu usuário
Vende-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões.
Um pouco inconsequente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu..."Não quero dinheiro, eu quero amor sincero".
Um idealista,
Um verdadeiro sonhador.......
Vende-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe, perde o juízo por completo em nome das causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes, revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Esse coração tantas vezes incompreendido....
Tantas vezes provocado... Tantas vezes impulsivo.
Vende-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Vende-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha mais juízo.
Um coração que não seja tão inconsequente.
Vende-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras, que ainda não foi adoptado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem graça, sem pedigree. Um simples coração humano.
Um membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que, mesmo assim ainda tem esperança de ser amado!!!!!
E como tem esperanças!!!!
-----------------------------------
1/04/2005
Artigo recebido via Internet, s/autoria
Não adianta! Não aceito meus quilos a mais e fim!
Fim?! Começo!
Hoje admito que eu era impotente diante da comida e que eu a amava mais do que a mim mesma, pois pensava muito mais nela do que em mim.
Procurei o CCA - Comedores Compulsivos Anónimos e comecei a frequentar as reuniões.
Como é bom encontrar pessoas com o mesmo objectivo que é emagrecer com saúde e permanecer magro!
Como a nossa culpa se atenua quando descobrimos que somos "doentes" precisando de tratamento permanente!
O alcoólatra se abstém de qualquer gole e fim. Super difícil, claro.
Uma grande luta, mas é ainda mais difícil pró comedor compulsivo que não pode se abster da comida. Ele tem que comer, mas comer pra alimentar o corpo e não pra suprir carências, não por problemas emocionais e/ou espirituais...
Eu não aceito meus quilos a mais e cansei de fazer tanto regime.
Vou mudar minha cabeça. Sou capaz! Confio que Deus, mais uma vez, vai me ajudar e eu vou conseguir, apesar do meu hopotiroidismo e do meu apetite irrestrito.
Tudo eu gosto! Eu disse isso ao médico e ele perguntou: - Até beringela?
E eu: Huuummm...com um arrozinho branco... E ele: - Você não tem conserto!
Mas vou conseguir! Ah, se vou!
Alguém mais aposta em mim?
-------------------
Edna Feitosa (Brasil)
01.07.2008 19:23
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabarolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projectos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milénio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos factos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
"as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.
Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.
--------------------
Ricardo Gondim
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&form_search=&pg=1&id=1132
NOTA:
Também já não quero juntar-me com amigos que apenas anseiam ter os seus trabalhos repassados por essa Internet, na cegueira de ir a algum lado.
Porque não retiram a venda dos olhos?
Todos temos um pouco de artistas, seja lá no que for.
Para quê perder aqui os serões com repasses inúteis enquanto o tempo urge e pode ser muito melhor empregue em trabalhos úteis ou valiosas distracções?
----------------
15/04/2006
Laura B. Martins
Não é o meu aniversário ou nenhum outro dia especial; tivemos a nossa primeira discussão ontem à noite e ele me disse muitas coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse a sério, porque ele me enviou flores hoje.
Não é o nosso aniversário ou nenhum outro dia especial.
Ontem ele atirou-me contra a parede e começou a asfixiar-me.
Parecia um pesadelo, mas dos pesadelos acordamos e sabemos que não é real.
Hoje acordei cheia de dores e com golpes em todos lados.
Mas eu sei que está arrependido porque ele me enviou flores hoje.
E não é São Valentim ou nenhum outro dia especial.
Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquilhagem ou as mangas compridas poderiam ocultar os cortes e golpes que me ocasionou desta vez.
Não pude ir ao emprego hoje porque não queria que se apercebessem.
Mas eu sei que está arrependido porque ele me enviou flores hoje.
E não era dia da mãe ou nenhum outro dia.
Ontem à noite ele voltou a bater-me, mas desta vez foi muito pior.
Se conseguir deixá-lo, o que é vou fazer? Como poderia eu sozinha manter os meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro? Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo de o deixar.
Mas eu sei que está arrependido, porque ele me enviou flores hoje.
Hoje é um dia muito especial: É o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me. Bateu-me até eu morrer.
Se ao menos tivesse tido a coragem e a força para o deixar...
Se tivesse pedido ajuda profissional...
Hoje não teria recebido flores!
---------------------
Paulette Kelly ©1992
NOTA:
Por uma vida sem violência!
Partilhem esta mensagem... para criar consciência.
Não podemos deixar que continue. É uma realidade muito triste.
Morrem 5 Mulheres por mês em Portugal vitimas de maus tratos!
Mulheres lembrem-se:
É vital ultrapassar o sentimento de culpa e DENUNCIAR. CORAGEM MULHERES.
Informem-se e denunciem desde o primeiro instante.
Ninguém deve ser vítima dos instintos dos outros, sejam eles quem forem.
M U L H E R !
Existe hoje um:
Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica.
Tem o nome de:
Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
com o nº de TELEFONE GRÁTIS 800202148
DENUNCIA sem receio
----------------
Laura B. Martins
Texto recebido duma amiga da Internet. Ela reside no Brasil e eu em Portugal.
A Internet proporciona momentos destes.
Bem hajas, querida Internet!
A tua capacidade de proporcionar encontros e amizades, apesar de virtuais, é um bem que não devemos desperdiçar; muito menos transformá-lo num vício, em detrimento da família e dos n/afazeres diários.
Saibamos utilizar-te para o bem!
------------
27/02/2005
Laura
========================
Em tudo nesta vida, podemos sempre encontrar algo de bom, mesmo nos momentos mais complicados, mais difíceis, mais desesperadores...
Amigos e amigas, estes dias de Fevereiro/2005 foram os piores de minha vida em relação à minha saúde, e nunca poderia imaginar algum dia, depois dos momentos terríveis pelos quais passei, escrever a tantas pessoas, procurando de alguma forma agradecer toda a força das correntes de orações e boas vibrações que se formaram ao meu redor, pedindo ao Todo Poderoso por minha recuperação, cada qual dentro de suas convicções religiosas às quais respeito igualitariamente... o que encontrei de bom nesses dias, foi a constatação da quantidade enorme de pessoas que apreciam anonimamente o meu trabalho, são de fato milhares de pessoas de todos os cantos do mundo... não tem sido em vão todo o meu empenho em tentar compreender sempre mais o computador, em fazer tudo da melhor forma que souber, compartilhar o que aprendi, pois senti e me convenci de que na Internet, realmente meu trabalho está sendo útil a muitas pessoas que nesta hora decisiva se revelaram generosas, solidárias, amigas!
Se eu puder colocar um pequeno sorriso num rostinho triste, se eu puder trazer consolo com uma simples frase que fale ao coração da pessoa que estiver lendo minhas mensagens semanais, se eu puder alegrar os olhos e ouvidos de meus destinatários com uma formatação caprichada, com uma midi bem escolhida, se eu conseguir agradar aos visitantes de minha página com os trabalhos gráficos que crio com todo o meu amor ou ajudá-los em alguma dificuldade com o Outlook ou outro programa, enfim, se eu puder contribuir para tornar o dia de alguém um pouquinho melhor, o meu objectivo estará sendo alcançado, pois não procuro nem desejo louros, homenagens ou medalhas, não estou competindo com nada e com ninguém, estou apenas tentando usar os dons que Deus em Sua infinita bondade me concedeu para utilizar o computador e seus recursos em favor de um mundo mais bonito, mais amigo, mais solidário, é nisso que acredito!
Estas primeiras semanas de convalescença são difíceis, mas pretendo, se Deus assim permitir e tão logo seja possível, colocar em minha página um relato minucioso de tudo o que aconteceu em relação à minha cirurgia cardíaca, à disposição de todos que desejarem conhecer esses detalhes.
E como sou feliz por poder estar aqui repartindo este primeiro momento com vocês, amigos/amigas virtuais, agradecendo a meus familiares e amigos/amigas mais íntimos e ao lado de Walter, meu marido e companheiro, um Homem ímpar que há 47 anos vem honrando a promessa recíproca que fizemos perante Deus em nosso casamento:
"Amar, honrar e respeitar na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença..."
-----------------------
Nena
http://www.nena.com.br
Carlinha vem passar o fim de semana comigo.
É seu aniversário. Estou feliz de ver minha neta ao vivo. Poxa! Tocá-la, cheirá-la.
É óbvio que assisti ao nascimento dela e ouvi seu choro em tela grande, e não travou nada.
Também dei sorte no baptizado. A conexão estava excelente, e participei feliz do evento, todo com efeito sonoro e a imagem 3D.
Meu Velox funcionou bem demais.
Mas que pena, o cheiro nunca senti. O Bill Gates ainda não fez versão Windows Natura ou Windows Boticário.
Estarei viva na versão cheiro? E serão estes os cheiros?
No mais, tenho acompanhado tudo da vida e do mundo. As imagens são lindíssimas, o som um show.
Mas... Será que ainda se mergulha no mar? Que ainda se namora no cinema? Provavelmente sim, em aldeias distantes, onde a versão é 98 ou XP. Gostaria de um dia ainda navegar por lá. Não sei se vou adaptar-me de novo com travamentos do PC ou, pior ainda, com a sensação do pé descalço na areia.
Então, por que estranhamente tenho sentido falta do papel, do lápis e da borracha?
De tocar em rostos, de sentir o gosto, de praticar todos os meus sentidos.
A visão e audição estão bem supridas, mas olfacto, ato e paladar ficaram fora de uso. Gostava deles.
Carlinha não vai conhecer isto. Aliás, ando com tantas saudades de tudo.
Maldita memória a minha. Muitos megas de vida. Ela é de 4900000, então guarda tudo.
Ando lembrando muito dos meus amores anteriores ao Gates. Eu beijava no portão, e não tinha como deletar. Existia feijoada com caipiríssima; eu olhava a lua, eu cheirava as flores, mastigava maçã. Eu fiz isto sim, meu amigo leitor!
Envelheci, meu disco rígido está cansado. Preciso fazer um transplante de HD. Vai que tenho um erro fatal enquanto estou dormindo? Congelo e ninguém vai saber. Morro ou não?
Não morro definitivamente, pois minha vida está quase toda salva em CD, em DVD.
Definitivamente não morrerei de súbito, a tecnologia não mais me permite este luxo.
Virarei apenas mais um arquivo morto.
Memória de um enlouquecido século.
--------------------------------------
Rosa Pena
http://www.rosapena.prosaeverso.com/
do livro/Eu & a Net/rosa pena
Tributo a um grande cantor - O cantor da minha juventude!
Laura
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito,
não é maior que o meu amor, nem mais bonito..."
Roberto Carlos
A mulher não é ela. É o clima dela!
(uma maravilha de um homem que sabe o que quer)
Melhor do que perfumes é o cheirinho de banho recente que se descobre no cabelo e na nuca ou de capim cheiroso espalhado no armário e herdado pela blusa ou camisola.
Nada de voz aguda. Um tom de médio para grave é preferível.
Uma gota de rouquidão incentiva.
Nada de perfeições!
Nem de corpo, nem de inteligência e espírito.
Só de carácter. Mulher mau carácter é tão raro quanto repulsivo.
O importante é mesmo ter algo de errado no corpo ou no rosto, atraentes.
Certos pequenos erros acentuam traços ou detalhes que, isolados, crescem muito e ganham no todo.
O lábio um pouco mais grosso, seios com bicos estrábicos, o nariz um pouco maior do que ela desejaria, tudo isso aquece a atracção.
Carinho tem hora.
Não hora marcada, mas hora adivinhada. Carinho fora de hora, eriça.
Olhar de uma tristeza tão antiga quanto encarnações é forte factor de atracção.
Lágrimas a postos. Sempre.
Por favor, nenhuma bronca com barriguinha ou descuido nosso.
Nada de exigências ascéticas, dietéticas, apologéticas ou ideológicas.
Mulher que atrai e mantém o seu homem é a que gosta mais de alguns defeitos dele do que de uma perfeição idealizada ou basbaque certinho demais. Mas honradez ele deve ter...
Mulher deve falar como quem insinua em vez de ordenar.
Pedir como quem ajuda, saber esperar.
E não pode ficar falando "eu acho" toda hora, nem descuidar-se das unhas dos pés.
Pudor é essencial. Mas um pudor velado, revelado apenas na linguagem subtil mas eloquente de seu corpo, no modo de se encolher na cadeira ou cruzar os pés.
Rebolados, só os muito suaves e discretos. Mas evidentes. Ser friorenta é indispensável.
Se for possível, preferir o silêncio - entre reclamar e reivindicar, salvo quanto tenha muita razão - melhor ainda. Se não for assim, que venha a bronca, mas com mansidão.
E depois não permaneça a resmungar.
Que ame beijar.
Aprecie e valorize gentileza e adore ser deixada cruzar a porta na frente.
Pisar firme, mas leve.
Mulher não deve chegar, deve aparecer.
Não deve entrar, deve aproximar-se.
Não deve mastigar, deve diluir.
Não deve engolir, deve sorver.
E por favor, cuspir, jamais. Só no consultório dentário.
Ar de brincadeira antes de amar é receita infalível.
E dormir o mais encolhidinha possível e depois acordar solta, confiante no sono.
Em viagens, é essencial cuidar da gente.
E guardar sempre uma surpresa para ser dada de repente.
Sim, ser bela nada tem com ser bonita.
É muito mais.
Porque a mulher não é apenas ela.
É também o clima dela.
----------------------
Artur da Távola
"Durante muitos anos esperamos encontrar alguém que nos compreenda,
alguém que nos aceite como somos, capaz de nos oferecer felicidade apesar das duras provas.
Apenas ontem descobri que, esse mágico alguém, é
o rosto que vemos no espelho."
---------------
Richard Bach)
Ando com saudades de café com pão, de namorados dando beijinhos no portão, de pedir bênção a pai e mãe, (Deus te abençoe), do sinal da cruz que fazia quando passava na frente da igreja, de ver um varal cheio de roupa com cheiro apenas de sabão, de ver alguém sorrindo enquanto lava a louça com bucha vegetal, de sentir respeito pela policia, de cantar o hino Nacional com mão no peito e lágrimas nos olhos, de acreditar que o Brasil ganhou a Copa do Mundo porque jogou direito, de saber que o Zezinho filho do porteiro não vai morrer de dengue e que Maria feirante poderá ter um filho médico.
Saudades de homens que usavam apenas o assobio como galanteio. Fiu-fiu!
Morro de saudades do tempo em que um presidente de uma nação era o mais respeitado cidadão do país. Que cadeia era lugar só de ladrão.
Acho que andaram invertendo a situação.
Ando com saudades de galinha de galinheiro, de macarrão feito em casa com tempero sem agrotóxico, de só poder tomar guaraná em dia de festa, de homens de gravatas, de novela com final feliz, de pipoca doce de pipoqueiro, de dar bom dia à vizinha, de ouvir alguém dizer obrigado ao motorista e ele frear devagarinho preocupado com o passageiro.
Saudades de gritar que a porta está aberta para os que chegam. Um saco destrancar tanto papaiz.
Saudades do tempo em que educação não era confundida com autenticidade. Hoje se fala o que quer, em nome de uma "tal" verdade e pedir perdão virou raridade.
Ando com saudades de ver no céu pipas não atingidas pelo efeito estufa.
Saudades das chuvas sem acidez, que não causavam aridez.
Saudades de poder viajar sem medo de homem bomba, de ser recebida com pompa em outra nação.
Actualmente reina a desconfiança no coração.
Sinto muitas saudades do rubor das faces de minha mãe, quando se falava de sexo totalmente sem nexo.
Hoje ele é tão banal que até eu banalizei.
Acho que a maior saudade que tenho é a saudade de tudo que acreditei.
Para minha filha não poderei deixar sequer a esperança.
Hoje já não se nasce criança.
--------------------
Rosa Pena
Rio, 27 de abril de 2004